RESUMO
Nosso ensaio procura encaminhar uma interpretação acerca do romance de Rubem Fonseca Vastas emoções e pensamentos imperfeitos, não sem uma incursão pelo pensamento de Walter Benjamim no que se refere às suas reflexões em torno das condições históricas de sociabilidade e memória próprias ao habitante da cidade contemporânea ocidental. Procuramos situar como a dissimulação opera a cumplicidade ou proximidade entre opostos na experiência brasileira, tais como uma loja de peles, próprias a um clima frio, numa cidade “onde fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro”, nos termos do escritor brasileiro. O ensaio procura também posicionar o pensar acerca do aparecimento do personagem Áureo de Negromonte no livro de Rubem Fonseca, tomado como um emblema de nosso fascínio com o estrangeiro, que se inscreve em nosso raio histórico desde os tempos em que a capital da República “que não foi”, segundo José Murilo de Carvalho, era ainda a cidade do Rio de Janeiro do início do século passado. E se trata de um trabalho desenvolvido a partir de um projeto de pesquisa que percorreu o período de agosto de 2004 a julho de 2005, e que contou com o financiamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) através do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa), inserido na linha de pesquisa de Filosofia e Literatura e sob orientação do Professor Bernardo Barros Coelho de Oliveira, na ocasião, do Departamento de Filosofia, CCHN, UFES, Vitória-ES.
PALAVRAS-CHAVE: Rubem Fonseca, Bernardo Barros, Dissimulação, Crítica Literária, Walter Benjamin, José Murilo, Bajonas Brito